INTRODUÇÃO
Desde 1946, a Bernafon tem ajudado as pessoas a superarem a sua perda auditiva, deixando as suas vidas melhores, mais completas e estando na vanguarda da tecnologia de aparelhos auditivos.
Ouvir e entender são necessidades humanas essenciais. Os problemas auditivos e as consequências sociais resultantes representam um desafio para a sociedade.
A Bernafon acredita num mundo onde as pessoas com dificuldades auditivas possam se comunicar novamente sem limitações graças à avançada tecnologia.
A Bernafon é uma empresa realmente internacional. Pertence ao grupo dinamarquês William Demant Holding, mas todas as pesquisas e o desenvolvimento de novas tecnologias são efetuados em Berna, na Suíça, onde mais de cem pessoas entre cientistas, engenheiros, audiologistas, físicos, técnicos, etc estão empenhados em proporcionar as melhores soluções para o deficiente auditivo.
A tecnologia da Bernafon está focalizada em atender às necessidades e preferências auditivas específicas, possibilitando-lhe desfrutar autênticas experiências auditivas e compreender a fala em cada situação.
Os produtos da Bernafon estão disponíveis ao redor do mundo. Além da Suíça, a Bernafon tem filiais no Reino Unido, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Alemanha, França, Itália, Dinamarca, Suécia e Japão, entre outros países e com distribuidores em muitos outros países em todas as partes do mundo, conforme pode ser visto neste site em Bernafon no Mundo.
AUDIÇÃO
Dos cinco sentidos, a audição provavelmente é o órgão mais importante para a conexão com o mundo ao nosso redor. Os sons do nosso ambiente e os sons de comunicação servem para nos unir uns aos outros, diferente da visão que sozinha não consegue essa união. No mundo auditivo, estamos totalmente submersos enquanto que no visual, somos meros observadores.
Imagine um passeio no parque em um dia típico de outono. Ouça as folhas quebrando-se sob os pés, o sussurro do vento nas árvores, o ruído dos pássaros voando sobre a cabeça ou o riso das crianças brincando. Podemos fechar os nossos olhos, mas os nossos ouvidos estão sempre trabalhando. Se os sons ao nosso redor começam a enfraquecer, sentimos uma parte a menos do nosso mundo.
Embora as pessoas estejam procurando rapidamente ajuda para problemas visuais, o uso de aparelho auditivo permanece pequeno apesar dos grandes avanços tecnológicos na área de saúde auditiva.
Aproximadamente 500 milhões de pessoas no mundo sofrem de perda auditiva. Estima-se que 70 milhões de pessoas na Europa têm perda auditiva significativa e aproximadamente 30 milhões de norte-americanos estejam afetados. No Brasil, calcula-se que 10% da população deva ter algum grau de dificuldade auditiva. Aproximadamente 20% das pessoas entre 65 e 74 anos têm uma perda auditiva significativa. Acima de 75 anos, a proporção aumenta para 35%. Além disso, as estimativas mostram que a população de pessoas deficientes auditivas está se tornando cada dia mais jovem, principalmente devido à exposição ao ruído excessivo. A maioria das perdas auditivas pode ser auxiliada por aparelhos auditivos, contudo menos de 10% utilizam aparelhos auditivos atualmente!
A orelha humana é um sistema analisador de som notavelmente complexo, capaz de detectar sons dentro de uma faixa incrivelmente ampla de intensidade e frequência. A orelha é dividida em três partes principais: a orelha externa, a orelha média e a orelha interna. A orelha externa serve como um coletor de som. As vibrações sonoras entram pelo canal auditivo (ou meato acústico externo). A orelha externa é composta pelo pavilhão auricular, o canal auditivo e a membrana timpânica.
Estas vibrações causam o movimento da membrana timpânica que está conectada a uma cadeia de três ossículos: martelo, bigorna e estribo (orelha média). O sistema da orelha média serve para intensificar a energia das vibrações sonoras e enviá-las para a cóclea (orelha interna). Dentro da cóclea existem milhares de células ciliadas que estão conectadas às fibras do nervo auditivo.
Estas células ciliadas são sensíveis às diferentes frequências de som. As vibrações sonoras, ao entrar na cóclea, causam uma onda que viaja pelo órgão da audição repleto de fluido. Esta onda move a membrana basilar à qual estão ligadas as células ciliadas que, por sua vez, geram sinais eletroquímicos que viajam através do nervo auditivo até o cérebro onde são reconhecidos como sons.
Uma pessoa com audição normal pode ouvir qualquer coisa, desde o mais fraco sussurro da brisa até o estrondo de um avião a jato decolando. A audição normal nos alerta para perigos como, por exemplo, nos informar sobre um carro se aproximando. Com boa audição, somos capazes de ouvir seletivamente, focalizando numa conversação numa festa barulhenta e mudando facilmente para outra conversação sem perder uma palavra. Somos capazes de apreciar a beleza do som de um quarteto de cordas e de uma voz apaixonante.
PERDA AUDITIVA
A maioria das perdas auditivas ocorre tão gradualmente que pode levar bastante tempo para a pessoa perceber que não está ouvindo bem. Geralmente, os sons nas frequências mais altas começam a desaparecer primeiro. O gorjeio dos pássaros nas árvores torna-se cada vez mais fraco. A música torna-se menos clara. Uma vez que as frequências mais baixas são ouvidas melhor ou mesmo normalmente, não é incomum que as pessoas achem que não existe problema. É fácil se esquecer das coisas ouvidas como antes. Especialmente porque muitos dos sons mais fracos são coisas que frequentemente tendemos a não dar muita importância.
Conforme a perda auditiva vai piorando, os sons necessários pra entender a fala começam a ser afetados. As consoantes fracas de frequências altas são ouvidas mais distantes e torna-se difícil distinguir com segurança um som do outro. Começam a surgir confusões entre palavras muito próximas, como: “sessenta” e “setenta”; “faca”, “vaca”, “laca”, “paca”. Neste ponto, a dificuldade para entender torna-se óbvia principalmente quando existe ruído ambiental. A percepção começa a ser vista quando se pede para as pessoas repetirem mais frequentemente, especialmente se existir algum ruído ambiental; se aumenta o volume da TV ou do rádio; se tem a sensação de que os outros estão murmurando, etc. Conforme a perda auditiva piora, aumenta o esforço para acompanhar uma conversa e a pessoa fica “cansada” para ouvir, pois deve prestar mais atenção. A tendência é começar a evitar situações sociais, perdendo o interesse em atividades que antes lhe eram agradáveis e isolando-se cada vez mais. As pessoas geralmente relatam que elas conseguem ainda ouvir os outros falando, mas não conseguem entender todas as palavras. A frase mais comumente escutada é “Ouço, mas não entendo”.
A natureza gradual da maioria das perdas auditivas torna fácil ignorá-la até que comece a causar um impacto maior na vida da pessoa. Se a perda, por outro lado, tiver ocorrido da noite pro dia, a percepção será rapidamente percebida e a procura será imediata.
A perda auditiva pode ser definida em três principais categorias:
Perda auditiva condutiva é causada por qualquer problema na orelha externa ou média que interfere na transmissão das vibrações sonoras. As perdas auditivas condutivas podem ser causadas por: grande formação de cerume; infecções ou crescimentos na orelha externa; perfurações na membrana timpânica; uma doença chamada otosclerose (que provoca a fixação dos ossículos, impedindo-os de vibrar); fatores genéticos, entre outros. Este tipo de perda frequentemente pode ser tratado ou curado com intervenção médica, mas quando isto não é possível, geralmente aparelhos auditivos podem ajudar.
Perda auditiva sensorioneural (ou neurossensorial) é o termo usado para descrever problemas na orelha interna, tanto na cóclea quanto no nervo auditivo ou em ambos. Este tipo de perda auditiva pode ser causado por fatores como: problemas no nascimento, doenças ou certos medicamentos ototóxicos, hereditariedade, entre outros, mas as causas mais comuns são a deterioração das células ciliadas na cóclea devido à idade e/ou à exposição a sons muito fortes. 90% de todas as perdas auditivas estão dentro da categoria sensorioneural. Este tipo de problema auditivo raramente pode ser ajudado por medicamentos e, geralmente são os aparelhos que podem mais ajudar.
Perda auditiva mista é o terceiro tipo de perda auditiva corresponde à combinação dos problemas condutivos e sensorioneurais. Muitas pessoas com perda auditiva mista também são capazes de se beneficiar de aparelhos auditivos.
A perda auditiva geralmente não afeta todas as frequências de forma igual. Tipicamente, existe uma perda maior para sons de frequências agudas do que para os de frequências mais graves. Os padrões da perda auditiva são muito individuais. Da mesma forma que você não usaria óculos de alguém, você não deve usar aparelhos auditivos de outra pessoa. É importante que um aparelho auditivo seja feito para a sua orelha e «adaptado» especificamente para a sua perda auditiva.
A perda auditiva segue uma classificação:
- Até 25 dB = audição normal
- de 26 a 40 dB = perda auditiva leve
- de 41 a 70 dB = perda auditiva moderada
- de 71 a 90 dB = perda auditiva severa
- de 91 em diante = perda auditiva profunda
Pesquisas têm mostrado que a maioria das pessoas com uma perda auditiva significante, esperam vários anos antes de finalmente procurar ajudar. Isso pode ser em parte devido à relutância em admitir que existe um problema mas, certamente, está relacionado com a características gradual da maioria das perdas auditiva e o espaço de tempo para que um indivíduo perceba que uma perda auditiva existe.
Quando as pessoas finalmente testam um aparelho auditivo, geralmente ficam surpresas em descobrir o quanto elas estavam perdendo! Quando for percebida uma dificuldade, o médico otorrinolaringologista, especializado em orelha, nariz e garganta, deverá ser procurado para que uma avaliação audiológica completa seja realizada e, a partir daí, o médico possa avaliar e determinar qual o tratamento indicado: medicamentos, cirurgia ou aparelho auditivo.
O fonoaudiólogo, com a avaliação audiológica em mãos e a prescrição médica, fará a seleção do melhor aparelho auditivo para o indivíduo, analisando suas queixas e necessidades específicas. Um dos objetivos principais do aparelho auditivo é melhorar a qualidade de vida do indivíduo.
EMISSÕES OTOACUSTICAS
As Emissões Otoacústicas (EOA) foram observadas e descritas pela primeira vez por David Kemp, em 1978 como “liberação de energia sonora produzida na cóclea que se propaga pela orelha média até o meato acústico externo”.
Alguns autores descrevem as EOA como respostas, emitidas pela cóclea, de freqüências específicas e geradas somente em bandas de freqüências nas quais as células ciliadas externas estão em condições normais.
Existem dois tipos de Emissões Otoacústicas:
• Emissões Otoacústicas Espontâneas
• Emissões Otoacústicas Evocadas
As EOA espontâneas são respostas emitidas pela cóclea que independem da estimulação acústica, porém sem utilização clínica, pois está presente em 40-60% dos indivíduos com audição normal.
As EOA Evocadas são classificadas em três tipos de acordo com o estímulo:
• Transientes • Produto de distorção • Estímulo freqüência
Emissões Otoacústicas Transientes
São sons de fraca intensidade produzidos pela cóclea , que são captadas através de uma sonda no meato acústico externo. Usa como estímulo sonoro o click ou tone burst. Abrange faixa de frequência de 0.5Hz a 4kHz.
Emissões Otoacústicas Produto de distorção
São respostas da cóclea a um estímulo de dois tons puros intermodulados apresentados simultaneamente. Abrange maior faixa de freqüência (até 8kHz).
Emissões Otoacústicas Estímulo- freqüência
São respostas evocadas por sinais contínuos de fraca intensidade. São pouco utilizadas na prática clínica pela dificuldade em separa o estímulo da resposta.
As Emissões Otoacústicas mais presentes na rotina clínica são as Transientes e Produto de distorção, por serem métodos objetivos, não invasivos e de fácil aplicabilidade. (Figueiredo,2003 e Sousa et al.,2008)
Apesar de oferecerem dados importantes sobre a lesão coclear, a presença das Emissões Otoacústicas dependem de condições normais de orelha média e de um ambiente silencioso para realização do exame.