TERAPIA DE ZUMBIDO

O zumbido, também denominado acúfeno ou tinnitus é uma sensação de som percebido pelo indivíduo na ausência de uma fonte sonora externa. Ele não é considerado uma doença, mas sim um sintoma, frequentemente associado com tontura e/ou surdez. Dentre as várias causas, destacamos algumas, tais como: otológicas, metabólicas, cardiovasculares, neurológicas, farmacológicas, odontológicas, psicológicas.

Existe uma estimativa de que 4% da população mundial (ATA, 2001) apresenta zumbido; sendo aproximadamente 28 milhões de brasileiros. Desses, 7,2 milhões referem zumbido severo, sendo esse o 3° pior sintoma em medicina (PHAA, 1984/5), perdendo apenas para dor e tontura intensas intratáveis.

A qualidade de vida de pacientes com queixa de zumbido pode ser bastante afetada, sendo que os prejuízos comumente relatados são: distúrbios do sono, distúrbios de concentração, distúrbios do equilíbrio emocional e distúrbios da atividade social.

O zumbido continua sendo considerado como um sintoma sem cura estabelecida. Entretanto, isto não significa que nada se possa fazer pelo paciente. A maior possibilidade de êxito no tratamento inicia-se com a determinação da causa, sendo várias as possibilidades terapêuticas. Dentre as possíveis condutas, de eleição médica, a Terapia de Habituação do Zumbido é uma das opções.

A Terapia de Habituação do Zumbido é uma terapia comportamental que consiste na dessensibilização da via auditiva central e na estimulação da neuroplasticidade para promover a habituação central ao zumbido. Ela envolve três princípios básicos: Explicações, visando desmistificar o zumbido; Orientação/Aconselhamento sobe hábitos e alimentação; e o Enriquecimento Sonoro, que visa aumentar a quantidade de sons a que o paciente é exposto. O objetivo é promover a habituação central do zumbido, isto é a diminuição ou desaparecimento da percepção deste e a perda de sentimentos negativos associados.

A literatura científica aponta vários aspectos positivos dessa terapêutica, tais como: ser baseada em modelo científico; apresentar alta eficácia; não apresentar efeitos colaterais. É importante ressaltar que não se trata de um alívio imediato, mas definitivo; e principalmente que não se trata de cura, mas sim de uma propedêutica capaz de melhorar significativamente a tolerância do paciente ao zumbido.

A Terapia de Habituação pode ser também indicada – além dos casos de zumbido agudo ou crônico de etiologia definida ou idiopático – para pacientes portadores de hiperacusia (hiperssensibilidade aos sons) e/ou fonofobia. Além disso, essa terapia não exclui outras formas de tratamento, sendo muitas vezes necessário o atendimento conjunto.

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